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Ministra Damares diz que foi estuprada aos 6 anos em Vitória da Conquista: assista o vídeo

Os dados assuntam e mostram uma triste realidade do Brasil. De acordo com os registros no Disque 100, o telefone da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República, a cada uma hora, o país tem 2,2 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes.  No total, só entre 1º de janeiro e 12 de maio de 2021,  foram registradas 6.091 denúncias . Esses números representam 17,5% de aproximadamente 35 mil casos que somam todos os tipos de violência (física, psicológica, abuso sexual físico, estupro e exploração sexual) contra crianças e adolescentes neste mesmo período. Em 2020,  foram 95,2 mil denúncias.

Durante a inauguração do Complexo de Escuta Protegida do Centro Integrado dos Direitos da Criança e do adolescente, em Vitória da Conquista, nesta sexta-feira (27), a ministra Damares fez um discurso sobre a importância do equipamento, não apenas para a cidade, mas para todo país, na luta para combater a violência contra as crianças e adolescentes.

Emocionada, ela relatou sobre o abuso sexual que sofreu quando tinha apenas seis anos de idade na época que morava em Vitória da Conquista. Apesar de ter nascido no Paraná, Damares viveu com sua família na Bahia. Além de Conquista, a ministra também morou em Feira de Santana, onde também sofreu a violência.

“Aos seis anos de idade eu fui barbaramente estuprada nessa cidade. Todo mundo conhece a minha história. Todos vocês sabem o que aconteceu com a menina, foi muito ruim, só que passou. Meu estupro, meu abuso sexual, sabe extamente o que eu passei.. Eu sobrevivi. E houve momentos que eu perguntei a minha veira, melhor ter morrido ou ter sobrevivido? Uma coisa que eu nunca vou esquecer, não existe remédio para esquecer isso, não existe pastora oração que me faça esquecer isso, não existe nenhuma fórmula mágica  que me faça esquecer do que passei aos seis anos de idade”, contou a ministra.

Damares conta que foi estuprada por um pastor evangélico que tinha a confiança da família e que não conseguiu pedir ajuda. “Abusada, estuprada, machucada por alguém que estava dentro da minha casa e que eu amava, um falso pastor. E ele me impôs o silêncio, a dor e o medo. Eu só tinha seis anos de idade, ele não tinha o direito de fazer aquilo. E naquele período eu não tinha a quem pedir socorro”, falou.

A ministra lembrou que os abusos continuaram quando ela foi morar em Feira de Santana. Ela foi abusada sexualmente dos seis aos oito anos de idade. Ao contar sua história, a ministra enfatizou a importância do Complexo de Escuta Protegida do Centro Integrado dos Direitos da Criança e do adolescente. Para ela, se já houvesse uma luta pela proteção das crianças e adolescentes na época, alguém teria percebido o que estava acontecendo e teria ajudado.

“Se tivéssemos um espaço desse, se tivéssemos naquela época tanta gente envolvida com a proteção da infância, se naquela época todo mundo tivesse sendo treinado para ler os sinais que a criança estava mandando, eu mandei sinais, eu estava em profundo sentimento, em profunda dor, em profunda angústia e ninguém a minha volta leu os sinais que eu mandei”, disse.

A sua história foi um dos motivos que a motivou a voltar à cidade onde foi marcada pela dor. A ministra revelou que fez questão de participar do evento de inauguração.” Justamente na cidade em que eu fui machucada, agora eu sou ministra e por uma coincidência dos céus é a cidade que dá  ao início a um grande trabalho no Brasil pelo fim da violência sexual contra crianças e adolescentes”, contou.

A ministra ressaltou que a sua dor também é a realidade de muitos homens e mulheres que sobreviveram a violência ainda na infância. E ressaltou a importância de se combater a pedofilia no país.  “O abuso sexual não encerra no ato, ele começa no ato. Ele é para uma vida inteira. Eu sei do que estou falando e infelizmente já recebemos o título de sermos o pior país da América do Sul para se nascer menina,  por causa do abuso sexual, e ainda tem gente falando que pedofilia a gente nunca vau acabar porque é uma questão cultural. Não é! Pedofilia não é cultura no meu país, a gente vai se levantar nessa nação e a gente vai dizer chega, a gente vai  dizer basta e um grande movimento começa por Vitória da Conquista”, contou.

A sociedade também pode ajudar a combater a violência contra as crianças e adolescentes através de denúncias. O Disque 100 e o Ligue 180 são serviços gratuitos para denúncias de violações de direitos humanos e de violência contra a mulher, respectivamente. Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia pelos serviços, que funcionam 24h por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.

Confira o vídeo: 

A redação é do Blog do Sena


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