Blog do Edyy

Uma notícia preocupante sobre o Assaí Atacadista

O comando da rede de atacarejo Assaí revelou que está revisando investimentos e pode reduzir montante ou vender ativos, como lojas próprias. O “pé no freio” seria por conta do aumento do custo do capital com a escalada dos juros básicos (Selic). A decisão foi informada em teleconferência relativa a proposta da administração para 2023 realizada nesta terça-feira (4).

Há alguns dias, foram levantados burburinhos sobre a hipótese de a empresa fazer uma oferta primária de ações. No entanto, Belmiro Gomes, presidente da empresa, citou essa questão, negando a hipótese de uma oferta, e ressaltando que a companhia tem outros caminhos para obter recursos sem ir ao mercado, e sem precisar se alavancar mais.

A companhia vem buscando reduzir níveis de endividamento, e dentro desse contexto e também pelas maiores pressões com a taxa Selic, entende que o caminho de venda de ativos ou revisão de investimentos faz mais sentido no curto prazo. Mas a direção destaca que a questão ainda está em avaliação no grupo.

“Não há uma discussão de oferta primária neste momento. O que temos é uma discussão, ainda em andamento, sem decisão tomada, de revisão de investimentos orgânicos em 2023 e 2024, para fazer frente ao aumento do custo da dívida”, disse Gomes.

Gomes afirmou que há 22 obras de lojas em andamento neste momento, com conversões de unidades de Extra em Assaí, e isso está mantido “por enquanto”, afirmou. “Se formos a uma Selic de 16%, 17% ao ano, aí a empresa vai cortar investimentos, mas hoje a questão ainda está em estudo e pode ter ou não mudanças nos planos de 2023 e 2024”.

A previsão deste ano do Assaí, a princípio, continua sendo 19 conversões de Extra em Assaí e cerca de 20 inaugurações de lojas novas. A companhia encerrou o quarto trimestre com uma relação dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, da sigla em inglês) ajustado de 2,19 vezes, versus 1,91 vezes um ano antes. O resultado financeiro líquido negativo (despesa maior que receita), que afeta diretamente a última linha do balanço, teve um aumento de 30% no quarto trimestre, reflexo da alta na Selic.


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